terça-feira, abril 27, 2010

Reflexões lentas… ou as gerações perdidas…

… ou... a ver a ver a foto de um envelhecido Gorbatchov num jornal de Amsterdão, por onde deve andar em razoavelmente (já terá sido bem melhor…) remunerada digressão:
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Quando era indispensável (e atrasado estava…) o salto qualitativo na experiência real do socialismo, estiolou-se na procura de ganhar ao adversário no seu jogo, no seu terreno (com todos os painéis e canais de propaganda que envolviam o espaço ao seu/dele serviço), sendo dele as regras e dele o árbitro, apenas suas as claques, agressivas, violentas, sem escrúpulos nem comedimentos éticos, comprando ele jogadores nossos, que facilmente se deixaram vender, esquecida a imprescindível, vital!, participação do povo…
Só há que recomeçar, perdão..., que continuar o jogo nas novas condições, cujas são sempre novas!

1 comentário:

joaopft disse...

Para entender de onde o capitalismo ia sugar as suas forças, no tempo de Gorbatchov e de alguns dirigentes seus contemporâneos do PCUS, convém a leitura atenta do seguinte texto (De "O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo", Lenine):

"Onde está a base económica deste fenómeno histórico universal?

Encontra-se precisamente no parasitismo e na decomposição do capitalismo, inerentes à sua fase histórica superior, quer dizer, ao Imperialismo. Como demonstramos neste livrinho, o capitalismo deu agora uma situação privilegiada a um punhado [...] de países particularmente ricos e poderosos que, com o simples «corte de cupões», saqueiam todo o mundo. A exportação de capitais dá rendimentos [avultados].

É evidente que tão gigantesco superlucro (visto ser obtido para além do lucro que os capitalistas extraem aos operários do seu «próprio» país) permite subornar os dirigentes operários e a camada superior da aristocracia operária. Os capitalistas dos países «avançados», subornam-nos efectivamente, e fazem-no de mil e uma maneiras, directas e indirectas, abertas e ocultas.

Essa camada de operários aburguesados ou de «aristocracia operária», inteiramente pequenos burgueses pelo seu género de vida, pelos seus vencimentos e por toda a sua concepção do mundo, constitui o principal apoio da II Internacional e, hoje em dia, o principal apoio social (não militar) da burguesia. Porque são verdadeiros agentes da burguesia no seio do movimento operário, lugar-tenentes operários da classe dos capitalistas [...], verdadeiros veículos do reformismo e do chauvinismo. Na guerra civil entre o proletariado e a burguesia colocam-se inevitavelmente, em número considerável, ao lado da burguesia [...]"

Foi isso que fizeram à Europa Ocidental, com o plano Marshall. Foi isso que fizeram em Portugal, com a adesão à União Europeia e a "prosperidade" cavaquista. Tal dispêndio de capital endividou fortemente os norte-americanos. Por isso, vêm-nos agora retirar a "oferta" à má fila pois o imperialismo com sede em Wall Street enfraqueceu, e precisa de capital para ganhar a competição com os asiáticos. Estando os adversários no Pacífico, não lhes convém agora "desperdiçar" capital na Europa do Sul.