quarta-feira, abril 14, 2010

Reflexões lentas... sobre catástrofes (e por aqui)

foto no Expresso

Madeira, Rio de Janeiro/Niterói e outros lugares (Haiti é de "outras histórias"... daquelas a que, talvez..., nunca se venha a ter acesso).
Catástrofes. Naturais?
Mas haverá, hoje, catástrofes que sejam (só) naturais?
Em resposta a um mail nosso, preocupado e solidário, recebi este texto que não pode ficar sepultado no arquivo pessoal:
«Por aqui, a chuva deu trégua, embora Rio e Niterói continuem a contar seus mortos, quase 250. Todos, vitimados em ocupações em áreas de risco - algumas urbanizadas pelos (des)governos de prefeitos e políticos que investem no populismo pra receber votos.
Fiquei frustrado (comigo mesmo) por não perceber pelo menos uma das razões porque se perpetua (ou perpetuava) no poder em Niterói o grupo ligado ao atual Prefeito, quase sempre eleito por maioria esmagadora de votos: é a urbanização do que não se pode urbanizar - ruas em que a fachada dos morros e da comunidade esconde lixões e condições sub-humanas de moradia, com água, (sem) esgoto e energia improvisados. E o descarte do lixo nas encostas. Um misto de necessidade e deseducação das pessoas e de omissão dos (podres) Poderes Públicos.
E eu? O que faço? Fico gritando baixo nas mensagens aos Jornais!!!??? É pouco.
Mas isto já é outra história.»

Pois é, amigo! É - sempre - pouco o que façamos!, mas essa é outra história dentro da nossa - tão nossa! - História.
O que quero, agora, aqui, deixar como reflexão imediata, superficial mas muito profunda (é intencional a contradição!) é a questão, diria vital, dos instrumentos de regulamentação e constrangimento do liberalismo infrene. Poderão ser instrumentos maus, péssimos mesmos, mas se tiverem a intenção de colocar travões, de definir áreas de reserva, serão sempre melhores que a ausência de constrangimentos, que a "lei da selva" do poder de quem tem o poder do dinheiro e a febre insana de o multiplicar.

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

As catástrofes, mesmo as naturais, e as respectivas consequências têm sempre uma mãozinha humana bem poderosa.

Um beijo.