Almoçava sossegadamente e sobre a minha cabeça corria o noticiário, a que não dava muita atenção, embrenhado nas leituras que levara para o restaurante. Até que uma reportagem, na sequência do noticiário, me traz um "outro mundo", o mundo de uma actividade que (ouvi!) "escapara à crise": a dos alfaiates a feitio para clientes ricos.
Dei alguma atenção, agredido pelo que mais me pareceu ser um insulto quando as notícias insistem no ataque aos salários, às pensões, aos direitos sociais. E ouvi - com estes dois que tenho, um de cada lado da cara - que alguns clientes não gostam que se lhes diga o nome mas não era esse o caso de Paulo Portas, que - feitas as contas - deve vestir fatos de custo acima de salários e pensões de muitos e muitos portugueses.
E se estava com dúvidas se não estaria, eu, numa de má disposição e miserabilismo, o que me fez saltar para este comentário foi a reacção quase indignada de um desses alfaiates que escaparam à crise, quando lhe falaram em "clientes ricos"... "ricos?!... sim de educação e de berço!".
E termino já para não sair nenhuma obscenidade.
3 comentários:
Serão esses os famosos "fatos consumados"?
Abraço.
... são mais para o fa(c)to consumido...
Abraço
E ainda dizem que nascemos tidos da mesma maneira!!!! E os alfaiates dos ricos lá fazem a distinção entre o ouro do berço e a cama pobre do trabalhador!!!!É que para eles sobra sempre algum.
Bem merecem a tal obscenidade!!!
Um beijo.
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