terça-feira, julho 27, 2010

Sobre o que se ouve(ê)...

Porque, às vezes, se ouve(ê)m verdadeiras barbaridades ditas por gente que se apresenta como responsável, sublinho três frases em dois artigos da Constituição da República Portuguesa (que pode ser lida clicando sobre a capa de brochura editada por quem não faz batotas, na faixa lateral deste blog):


Artigo 64.º
(Saúde)
1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito; (…)
Artigo 74.º
(Ensino)
1. Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.
2. Na realização da política de ensino incumbe ao Estado:
(…)
e) Estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino;
f) Inserir as escolas nas comunidades que servem e estabelecer a interligação do ensino e das actividades económicas, sociais e culturais; (…)
.

Sobre ideologia, conversaremos. Ou melhor… estamos conversados quando se acusa de ideológico o que está – leia-se! – e despudoradamente se afirma como não ideológico o absoluto da ideologia da economia de mercado e princípios como o de utilizador-pagador…
O que está em campanha política é a constitucionalização (e também a diversão relativamente às causas da situação que se vive) do que tem sido a prática governativa contra a Constituição e o que ela defende e obriga, campanha com um profundo e escamoteado sentido ideológico.
Como seria bom que cada um estivesse em condições de julgar, depois de se informar, lendo, e de reflectir!
Aliás, é muito curioso e significativo que quem tenha interesse em conhecer o teor do que se atirou para discussão pública como tema central, não encontre acessível, nos seus termos responsabilizadores (será que existe?), aquilo com que se enche a comunicação social, um projecto de revisão constitucional (e parece que já está escrito um outro num outro gabinete).

3 comentários:

Graciete Rietsch disse...

O que se pretende é a alteração e remoção de ARTGOS DA CONSTITUIÇÃO, no sentido de instituir um sistema político contrário à Liberdade, Igualdade ,Fraternidade de modo a concentrar mais o capital para dominar um mundo de escravos.
Essa alteração , a efectuar-se, é que dará à CONSTITUIÇÃO um terrível cunho ideológico.

Um beijo.

poesianopopular disse...

O que eles pretendem, sabemos nós muito bem!
Pena é que não sejam muitos mais a saber, ou a desconfiar, o que já não sería mau de todo.
O teu trabalho em prol da comunidade, é admirável e louvavel.
Abraço grande!

Sérgio Ribeiro disse...

Graciete - é a ideologia da economia de mercado!
poesiano popular - Oh!, se sabemos.
O NOSSO trabalho é, também, o de denunciar.

Abraços