segunda-feira, julho 04, 2011

Uma(s) "descoberta(s)"

Hoje (quer dizer, ontem, anteontem, transanteontem mas só hoje formalizada, "arrumada"), fiz uma “descoberta” em público. Antecedi-a, claro, por dispensável introdução, e não teve grande impacto. Mas aí vai. Em, espero, bem melhores condições. Para me forçar a continuar a reflexão.

Tenho procurado treinar a compreensão do que se passa hoje inserindo-o numa dinâmica histórica, ou seja, a partir do que se passou e vem (para o dizer metaforicamente) de ontem. E tenho procurado inculcar essa metodologia em tudo o que intento transmitir a outros.
Pois bem, a "descoberta" metodológica (que não é descoberta nenhuma, diga-se já) é:
além de irmos até ontem, para nos ajudar a perceber hoje, também devemos partirmos de hoje para perceber ontem.
Querem exemplos?
Os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha) de hoje são ponto de partida para melhor se perceber o ludíbrio dos “países da coesão” de ontem. Que são os mesmos (Irlanda. Grécia, Espanha e Portugal... por ordem de entrada em cena, ou na CE... na)
Mas eram percebidos - ou (a)percebidos - diferente e deficientemente, ontem, quando eram "países da coesão", segundo o "Tratado de Maastrich",  porque faltava, então, o dado de serem os PIGS que são hoje, segundo as "agências de rating".
Muito areia para as nossas camionetas?…
No entanto, quanto a mim, areia necessária para, hoje, além de percebermos o tempo ido e o tempo de agora – que são o mesmo e diferentes –, podermos intervir no tempo certo. Nosso e ao serviço do que queremos estar. 

Por outro lado (talvez outro exemplo para "descoberta" similar), como é possível apreciar, ou analisar, o quadro todo se se ignorar parte, os cantos ou até metade do quadro. Parte, cantos ou metade que se ignora por não se olhar, ou por não estarem iluminados para poderem ser vistos?
Não se pode analisar a situação actual e o correspondente estádio da luta política apenas se esmiuçando o que se passa na frente institucional, se "microscopniado" as minudências das contradições e rivalidades intra-imperialistas, e aí se procurando brechas, deixando-se para outras análises o objectivo viver quotidiano e a frente de luta das populações, das massas. Como se aquela não estivesse condicionada por esta - muito para além da sua expressão eleitoral -, e como se nesta não devesse ser empregue toda a vontade e a capacidade de sermos o que somos.
Visando - para/com as populações, com/para as massas - um amanhã melhor. Humano. Com enormes dificuldades, mas sem exploração dos trabalhadores e sem especulação financeira

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Todos os dias, em todos os anos as situações se vão alterando. Estou a falar em relação aos dias que vão acontecendo nos países em que vivemos, que estão sujeitos aos interesses e desmandos de um guardião deste mundo que tem alguns rostos a comandá-lo mas que,no fundo,é o granfe capital financeiro.

Um beijo.

Fernando Samuel disse...

Claríssimo!

Um abraço.