Por esta rua, pela Rua do Sol ao Rato, descia para ir à vida, para entrar na cidade.
Quantas vezes?, quantos dias?, quantos anos?
Enquanto crescia, e as circunstâncias me faziam adulto.
Aqui, nesta esquina com a R. Dinis que leva à igreja de Sta. Isabel, onde me baptizaram, e à Escola Machado Castro , com que andei à pedrada desde o Liceu Pedro Nunes.
Onde, a seguir à esquina, à esquerda, o convento das Trinas, à direita, a mercearia do sr. Secundino, que me aviava das mercas a recado de minha mãe, logo depois a loja do sr. Neves, de roupas e confecções, e a taberna-carvoaria de onde um gato, traiçoeiramente, arranhou o focinho do Tarzan e hoje é - há muitos anos - um restaurante, a acabar a rua na tabacaria-capelista onde eu ia, numa corrida, comprar o jornal, a República do "fal' ó Rocha!" ou um jornal desportivo, A Bola (à 2ª e 5ª) ou o Mundo Desportivo (à 2ª, 4ª e 6ª)
Nesses tempos... nesses tempos em que a Rua do Sol ao Rato tinha dois sentidos para os carros, ou já só apenas dois em um, um a descer (para baixo!... para o Rato), outro a subir (para cima!... para Campo de Ourique).
E as vezes em que o carro não pegava e ali vinha eu, depois de um pequeno empurrão, a descer-pela-rua-abaixo, a aproveitar uma aberta no cruzamento do Largo do Rato com a Pedro Álvares Cabral para continuar pela Rua de S. Bento-sempre-a-descer até encontrar a garagem SOS ali à esquerda?
Ah! como a vida era diferente! Como sempre é diferente de quando foi, e de como será!
1 comentário:
Mas sabe tão bem recordar!
Enviar um comentário