domingo, novembro 21, 2010

a dois dias da Greve Geral - 12

Para ela caminhamos. Para a Greve Geral.

Prevê-se que será uma grande manifestação de força. Da força que temos e, tantas vezes, ignoramos ou desperdiçamos no protesto inconsequente, no desespero ou no gesto solitário e irreflectido. Como foram os sucessivos votos nossos - por aqui, por ali, por além - que foram sendo dados para dar a força a que é nossa aos executores destas políticas. O PSD governou mal, vota-se no PS que vai governar pior; o PS está a fazer-nos isto, vota-se no PSD (se for preciso o PP ajudará, a um ou a outro, sempre disponível para o poleiro) que melhor não fará!

Estes últimos dias são decisivos para a dimensão do êxito da Greve Geral. Há tanto para fazer! Sobretudo chegar às pessoas, procurar esclarecê-las, esclarecendo-nos.

E parece que as notícias vêm dar-nos argumentos para as nossas razões de protestar e de afirmar que há que mudar o rumo, há que impôr uma nova política. No caminho para uma nova sociedade. Sempre no horizonte... embora a distância desse horizonte não seja mensurável. Nem a palmos, nem a passos.

Depois da PT e da Portucel, vem a Jerónimo Martins antecipar o pagamento dos dividendos para fugir ao que foi decidido (pelo PS com o conluio do PSD) sobre o agravamento - para 2011 - dos impostos sobre os lucros! Podemos nós fazê-lo relativamente ao agravamento - para 2011 - do IRS, do IVA e de tudo o resto?

O investimento em Portugal vai baixar, prevê-se. Porque não há quem tenha possibilidades de investir? As notícias dizem-nos que onde os nossos investidores mais colocaram os seus capitais foi na Irlanda (31,1 mil milhões), Espanha (14,5 mil milhões), França (13,9 mil milhões) e - sublinhe-se - nas Ilhas Caimão (12,8 mil milhões), "paraíso fiscal" para onde, só em 2009, foram enviados cerca de 1,6% do nosso PIB, 2,6 mil milhões, para investimentos especulativos.

É o mesmo governo a quem isto parece ser indiferente, este governo que está em funções com a legitimidade de terem sido os nossos votos que possibilitaram o PS (embora sem maioria absoluta) de o formar, para governar em nosso nome. É o mesmo Governo cujo ministro das finanças exorta os privados a fazer o mesmo que ele fez, que baixe os salários!

Há que dizer, de forma muito clara, que não estamos de acordo, que protestemos. Da maneira forte de uma Greve Geral, forma de provar que assim não. Demonstrada pelos que trabalham (e aqui incluo assalariados, trabalhadores independentes, pequenos agricultores, comerciantes e índustriais) e também os reformados, os desempregados, as trabalhadoras "domésticas".

Viva a Greve Geral!




2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Viva a GREVE GERAL.Ainda podemos escrever isto aqui sem que nos arranquem as palavras como fizeram ao Pano anunciando a Greve na Casa Sindical da Indústria Têxtil.
Até quando?

Um beijo.

Maria disse...

A luta é, de facto, contínua...

Beijo.