quinta-feira, novembro 25, 2010

Diário (anónimo do sec.xxi) de uma Greve Geral - 1

Aqui, começou assim. Ainda anteontem. Um pouco depois das 23 horas. A sair da Casa Sindical de Torres Novas:



Um para o Hospital (apenas 1 enfermeira e duas auxiliares em 43 não fizeram greve naquele turno: 93%!), os outros para a Renova-2.




Que se sabia tarefa difícil e que, para algumas interpretações, teria sido inglória. Mas que considero ter sido muito positiva.
À entrada do turno da meia-noite, os carros dos que tinham decidido ir trabalhar, passavam por nós e uns nem paravam. Os que paravam, ouviam-nos e houve de tudo… menos voltarem para trás. Desde os que ouviram hesitaram, mas lá seguiram para o turno, os que disseram que era a primeira vez que não faziam greve mas tinham razões pessoais muito graves para não a fazer, os que afirmaram “estamos convosco (nós é que estávamos com eles…) mas sou temporário… não posso!”, e mais e mais, aos que, quase agastados, nem abriam o vidro do carro na espera que o da frente se despachasse. Argumentou-se (eu só ouvia… feitios!), e de uma coisa estou certo: muitos foram a pensar nos argumentos, e hoje neles estão a pensar se não deveriam ter feito greve,ao saber os resultados da grande Greve Geral em que gostariam de ter participado.

Depois, foi uma corrida ao Entroncamento para ainda ouvir, a quente, o confronto com uma requisição de maquinistas a nosso ver abusiva e que a sra. ministra tinha dito (embora com um sorriso “esquisito”) que não iria haver. E conviver, em alegria e confiança...
Mas, por aqui, a greve começou bem. Por ali e por além também. Porque houve quem a fez!

3 comentários:

samuel disse...

E foi grande!

Abraço.

Maria disse...

Esta coisa de estar nos piquetes é bem difícil...
Quanto à greve, estão aí os números e o que nós vimos. Mas que a ministra não viu, nem ouviu. Vou oferecer-lhe um par de óculos e um aparelho auditivo...

Beijo.

Graciete Rietsch disse...

Houve muito quem a fez. E conheço quem não a fez,por razões pessoais mas talvez justificáveis, que viveu um dia atormentado.

Um beijo.