domingo, novembro 21, 2010

Para acabar com a NATO (salvo seja e bom seria…)

Houve quem não tivesse ido à manifestação por receio, por medo. Não os/as julgo por isso. Foram permeáveis à tremenda campanha – descarada e subliminar – de criação de ambiente, de intimidação. E, se cada um faz sempre falta onde deveríamos estar todos, quase se pode dizer, face ao êxito que foi a manifestação… que não fizeram falta.
Mas quero acabar com isto da NATO. Com duas estórias de encantar.
  • No meio do cortejo, umas filas à frente, vejo um casal de que gosto muito e que, desde há dois meses, são mãe e pai de uma menina. Quebrei a disciplina que a mim me impusera de, nesta manifestação, ser disciplinado, dominando a vertente convívio e festa, e ultrapassei as gentes que nos separavam e corri a dar-lhes o abraço que se tinha ficado pelo telefonema de contentamento. Então não é que eles tinham levado a menina à manifestação?! Num carrinho todo armadilhado (pacificamente!), cheio de acessórios, a recém-nascida dormia. Apesar disso, apresentaram-me, por uma nesga da cobertura, a Maria da Paz. Regressei ao meu lugar, feliz da vida, mas não resisti a lá voltar, uns metros abaixo, para apresentar a Maria da Paz à minha companheira!


  • O cortejo desaguara na foz dos Restauradores. Sempre muito atento e concentrado, avaliava – à minha responsabilidade... – o que poderia seguir-se e como iria terminar a “grande (e pacífica!) jornada”. Duas miúdas e um miúdo borboleteavam à nossa volta, numa muito alegre e colorida roda viva de entrega de uns papéis. Uma folha A5, toscamente dactilografada e fotocopiada (pelos pais, decerto, que não descuravam a atenta vigilância… a curta distância), com dois textos. Um da Inês, de 9 anos, outro do José Miguel, de 7 anos.

Li-os, numa espécie de encantamento. Àquela que estava mais perto de mim perguntei, “… és a Inês?…”, ela olhou para mim, abriu ainda mais os olhos e o sorriso, e respondeu “… não!, a Inês é a que está ali…”. E foi, a correr, contar à Inês o que lhe tinha perguntado o “velhote de barba branca”. E lá continuaram na tarefa.

6 comentários:

samuel disse...

Bonito!!!

Abraço, velhote de barba branca!

Anónimo disse...

Duas histórias de encantar e verdadeiras.
Fiquei muito contente de a Maria da Paz ter ido à manifestação dela.
A Sofia também lá esteve, já é a terceira manif em que participa.Está a ficar uma expert.

Campaniça

Graciete Rietsch disse...

Tão lindo.
Também gostei da manifestação apesar das pessoas que não foram por medo.

Um beijo.

aferreira disse...

-Quem tem medo adopta um cão dos grandes.
-Há também quem não pudesse ir por outros motivos ...etc & tal há ainda quem lá estivesse por dois motivos um olho no colega pró-fascista ou melhor embrutecido.... e outro nos camaradas todo fazendo para que tudo corres se pelo melhor.

testemunho de alguém que por lá esteve

aferreira

Anónimo disse...

A Maria da Paz e outras crianças participaram na manifestação pela Paz e contra a NATO. Apesar da presença destas crianças, a comunicação social decidiu sublinhar a presença do Louça e de uns parvos vestidos de palhaços e uns palhaços vestidos de parvos!
Cá para os meus critérios jornalísticos gostava muito mais de saber que a Paz, a Inês, o José Miguel, a Sofia entre muitas outras foram à Manifestação Popular, Pacífica, lutar pela Paz e aprender coisas bonitas!

Vladimiro

Anónimo disse...

Eu também conheço a Maria da Paz.
É Linda.
E já foi à Manifestação. Á sua e à nossa. E está FELIZ.
Viva a PAZ.
Carlos Vale