Seriam eles
- “a Europa do Norte governa muito melhor que a do Sul”;
- “países como Portugal atuaram tardiamente em relação à crise”;
- “se a Irlanda recorresse ao fundo europeu de emergência e ao FMI, os mercados iriam acalmar e deixar em paz os outros países”;
- “se os países em dificuldades tomassem medidas orçamentais duríssimas para reduzir os seus défices, atingindo assim gravemente o nível de vida e de bem-estar, os mercados entenderiam a mensagem e deixariam de pressionar esses países”;
- “é muito melhor que venha o FMI impor as medidas que deveremos adotar em vez de sermos nós a resolver os nossos problemas”.
Naquelas duas colunas e meia, NS demonstra – e de forma muito clara -, que aqueles mitos são… mitos. Mas eu diria que são patranhas, são aldrabices para justificarem, perante a opinião pública, uma actuação, uma ingerência, uma intromissão absolutamente inaceitável nas economias nacionais. Já formatadas numa divisão imperialista do trabalho, com a conivência das instituições democráticas (porque eleitas) dos respectivos países por os ditos eleitos estarem ao serviço dos grupos financeiros transnacionais, os "de fora" e os que têm sedes nos nacionais territórios, nomes comuns – como, no caso português, Belmiro, Amorim, Salgado, Martins –, e batem no peito patrioticamente e recuperam a frase feita “a bem da nação”.
Por isso, se me apraz a desmontagem que NS faz do que chama mitos e termina escrevendo, acutilantemente “Este arrazoado não evitará, com grande probabilidade, que tenhamos de recorrer aos apoios europeus e do FMI. Mas sempre podemos dizer a dezenas de gurus, economistas e analistas que a sua argumentação tem sido completamente desmentida pela realidade e que não nos comem por parvos.” , fico, também, insatisfeito e, até, irritado!
Porque… falta o resto. Falta, a NS – e não espero (tempo de verbo esperança) que o venha a fazer… –, preencher a meia coluna em branco, indo ao fundo da questão.
Não basta demonstrar que essa argumentação é mentirosa, aldrabona, escorada em falsos fundamentos com a aparência de que científicos são Eles são, também, intencional poeira que se atira para os olhos (e ao cérebro) de quem assim é informado/deformado, a par da campanha da falta de alternativa, de inevitabilidades (que, aliás, se imiscui no texto de NS…), de que o capitalismo é o fim da Humanidade. E sê-lo-á se todos nós consentirmos que este seja o rumo a continuar, que levará, ele sim, ao fim da Humanidade, por via da insuportabilidade social, das destruições, das guerras, daquilo que é o angustiante fruto do crescente poderio dos complexos industrial-militares, que, por exemplo, leva a insistir nos escudos anti-mísseis… porque constroi os mísseis, e assim vai adiando a incapacidade do capital-dinheiro se transformar em mais capital-dinheiro.
2 comentários:
Isso já seria pedir demais ao NS... mas quem sabe... um dia?...
Abraço.
Lá que anda por aí um monte de gente desorientada ai,isso anda...o Zé Barata Moura tem que "devedear(?)"de novo o Não vamos brincar à caridadezinha!
Abraço
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