quarta-feira, novembro 10, 2010

Ex-tractos (pequenos) - 2

«(…) A propriedade aparece como uma relação dos seres humanos para com/sobre as coisas, mas, na realidade social, essa aparência esconde uma relação entre os seres humanos, uma relação entre as classes... enquanto houver classes!
Na sua origem, como relação sancionada pela sociedade, a propriedade manifesta-se, de início, como o poder de um indivíduo ou de grupo relativamente à natureza de que se servia e/ou que transformava.
Os instrumentos rudimentares, como os objectos de trabalho ou os produtos, pertenciam ao trabalhador-artesão, à sua corporação ou ao conjunto da colectividade.
Este poder do indivíduo ou da colectividade foi-se transferindo em função do desenvolvimento das forças produtivas para certos grupos e classes, que se tornaram os únicos possuidores dos meios de produção.
Ora, a separação entre proprietários e não-proprietários apenas se pode manter se apoiada pela organização do Estado que tenha por fim defender o carácter da relação social, e reprima e sancione qualquer ataque ao direito que dela dimane com essa finalidade. (...)»
.
(de uma participação num seminário, no sábado)

6 comentários:

samuel disse...

Exactamente! Sem a força do Estado, o embuste dos auto-proclamados "proprietários" era coisa para acabar, rapidamente... com dois berros...

samuel disse...

Com o barulho dos doi berros até me esqueci do abraço que queria trocar... :-)))

Abraço.

Anónimo disse...

Ora bem.
De acordo com o ex-tracto.
Se há plena consciência de que a dita propriedade se encerra num círculo em que o direito individual se sobrepõe e estrangula os direitos colectivos;se, se reconhece que é dessa dinâmica que provém o Estado capitalista,(que é o b-a-bá do marxismo),a atitude obrigatória é dar o passo seguinte que é:juntar forças para o destruir.
A perplexidade é maior quando sabemos que a corrente política em que está inserido, quer a sua transformação por dentro, de forma gradual e parlamentar.
São contradições face às exigências da história, da realidade social e política, e aos interesses da classe produtora da mais-valia-o proletariado e os seus próximos aliados.
Têm desculpa os que não sabem.

O anónimo de boa "fé".

Sérgio Ribeiro disse...

samuel - Pois...
samuel - ... mais o abraço!


anónimo de boa "fé" (acho justas as aspas) - Registo o seu acordo. Depois... não percebo! Como a única saída que encontro é a da ironia (em que sou muito fraquinho...) agradecia-lhe que NOS dissesse o dia e a hora em que se dará esse "passo seguinte"; por outro lado, a perplexidade é minha porque ou V. não sabe ler (o que não evidentemente o caso) ou merece que as aspas se entendem a "boa" ou, então, é mesmo "má fé"; por último,´quem se julga para culpar e/ou desculpar outros?

Graciete Rietsch disse...

Os meios de produção devem ser úteis para todos os que os utilizem e portanto só a pequena propriedade ou o Estado(socialista) o poderão assegurar.
Latifúndiois e grandes proprietários, nunca.

Um beijo.

Anónimo disse...

Caro Sérgio Ribeiro

Não faço juízos morais nas opiniões que exprimo (melhor ou pior)não escondendo o assumir da diferença política. Jamais entrarei num blogue para fazer chicana política escondido atrás de um anonimato.
E assim procederei enquanto V/ quiser continuar a consentir os meus comentários.
Este tal boa "fé"também escreveu o comentário:-TODA A FORÇA À GREVE GERAL-incluído no seu texto sobre a greve geral de 24 de Novembro.

Quanto ao dia e hora em que se dará o "passo seguinte", penso que dependerá única e exclusivamente de si próprio.
Bom dia para si e para a restante equipa do seu blogue que considero dos mais sérios da blogosfera.

Anónimo de boa "fé".